sábado, 29 de agosto de 2009

o imbuí e seu rio

quem lê hoje o artigo de A Tarde online sobre a ação do INGA contra a obra que pretende concretar o rio das pedras (que trocadilho!), pode perceber que o leitor do jornal entende tal ação como manobra política do governo do estado. E esta percepção é tão forte que não ha escrúpulo algum em tornar público uma completa falta de qualquer noção de ecologia.
A questão é complicada, já que é evidentemente absurda a idéia de concretar qualquer rio, mas um leitor(a) (identificado(a) apenas como Gilcimar) a coloca no ponto certo: porque este órgão (INGA) não embargou a obra da Av. Centenário ??? Ainda mais que o rio ali era bem menos poluído?
Algum político um dia pagará a conta por tudo isso???

domingo, 23 de agosto de 2009

DorminGo

Quem ainda for esta semana ao palacete das artes verá várias exposições de fotografias: talvez a curadoria insista em perceber uma continuidade no que está ali exposto em um único espaço, mas a primeira impressão é de que as fotografias contemporâneas poderiam estar mais separadas espacialmente das outras - de Voltaire Fraga e dos franceses - porque os pontos em comum são mínimos ou quase não há.
Ainda que as fotos de Verger, Gautherot, Manzon e Levi-Strauss não precisem de nenhum comentário (a sequência de fotos com as velas no chão na Amazônia e a foto do(a) mascarado(a) no carnaval são magistrais!), elas acabam funcionando como uma boa moldura para as obras de Fraga (que moldura!!!).
As fotos de Voltaire Fraga sao emocionantes, no sentido mais melancólico-nostálgico que a fotografia pode ser. Ali estão os populares bem vestidos com poeira no sapato dos anos 40 e 50, a Bahia que conhecemos através de Verger, os trilhos de bonde, o centro da cidade enquanto tal, cajus em cestinhas de palha, baianas do acarajé em contraste com o Oceania, vários edifícios que não estão mais de pé. Abundante Bahia, o título da exposição, começa a assumir um tom bastante irônico.
A foto mais bonita, e que talvez seja o retrato da Bahia que permanece no tempo, é aquela noturna, da rua Chile, com os neons das casas comerciais. O fantasma do bonde, o glamour chifrim da rua que atraía multidoes para usar a primeira escada rolante da cidade. Ali, Salvador parece sintetizada em todo seu imutável provincialismo (diferente e distante das fotos que mostram a lavagem do Bomfim, as festas de largo ou os vendedores dos cajus).
Interessante mesmo é ver o fotógrafo dormingo na cadeira de praia (o erro da legenda que sintetiza dormindo com domingo), a balaustrada do porto da barra e o pé ligeiramente inclinado do fotógrafo todo de branco às margens do dique. Todo de branco, até o sapato.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

na capa de Mark magazine

Vi na livraria em Viena e ri muito, com prazer: "todos estes filósofos franceses só me fazem ficar com sono", citacao da entrevista com o arquiteto japonês Riken Yamamoto. Perfeito! Archdaily está esta semana elogiando a revista, com razao!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

mais um amigo de pedro, o hóspede

Secretária, mesmo da receita federal, é gente comum. Nao é ministra. Nem é senadora. Tem que provar o que fala. Os outros, os iguais, nao precisam.

sábado, 15 de agosto de 2009

cultura de um mês

Primeiro foi a vez da grande exposição sobre Carybé, muito bonita e bem montada. Agora, é a vez das exposições de fotografias no Palacete das Artes: apenas um mês em Salvador. Já é difícil de imaginar que a exposição de fotos de Voltaire Fraga tenha ficado apenas 2 meses em cartaz em São Paulo, pelo público em potencial, mas um mês apenas, por menor que seja este público, é muito pouco tempo.

sábado, 8 de agosto de 2009

auto(i)mobilismo baiano

Nunca escutei uma pessoa de carne e osso falar sobre Stock car. Conheco esta expressao apenas da tv, em anúncios de reportagens de programas esportivos. Dai o meu grande estranhamento ao perceber que, nas ultimas semanas ao abrir a versao online do maior jornal do Estado da Bahia apenas para ter uma ideia do que acontecia por aqui, ja que eu estava fora, a tal da Stock car havia se tornado manchete principal quase que cotidianamente, pois uma etapa da tal corrida acontece este fim de semana em Salvador.
Ontem pela manha, ouvindo as noticias na radio, tive o desprazer de tambem escutar uma propaganda (a palavra e essa mesma) do governo de estado anunciando a tal da Stock car como a maior das maravilhas, que ira trazer mutos beneficios ao estado. Mais uma vez muito dinheiro publico envolvido em um evento (sim, aqui a palavra novamente e acertada, algo que acontece e desaparece em seguida) vendido na mídia como se tivesse a capacidade de rendencao social que talvez a inauguracao de um hospital decente, de uma nova boa escola (ou apenas salarios muito melhores para os professores), ou de um sistema de transporte coletivo teriam. A efemeridade do evento porem traz a mesma volatilidade eficiente da publicidade, alem de dobrar os orcamentos. Tudo sob(re) controle.
Hoje pela manha foi a vez de um politico de grande influencia na Bahia afirmar que, como a Stock car, a vinda da formla indy (alguem que nao sejam os reporteres da tv bandeirantes assiste àquilo?) irá trazer muitos benefícios para o estado e que o fato de este outro evento vir a se realizar em Salvador é "um interesse de todos os baianos". Meu nao. De jeito nenhum.
Tudo isso me faz lembrar do segundo governo de J. J. Seabra, quando o homem que havia feito o porto novo e a Av. Sete só conseguia inaugurar estátuas pequenas em pracas. O imobilismo baiano é a recorrência do segundo governo de Seabra: quando do pao e circo, somente o circo ja basta, e esse com uma lona bem furada, animais que ja foram transformados em churrasquinho para os artistas que sobraram e uma arquibanca a ponto de desabar a qualquer momento, sem que com isso o espetaculo sinta necessidade alguma de parar. Por que pararia?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

na direção contrária

Ontem a noite, no controle dos passageiros que desembarcavam da Europa em Recife, os funcionários da policia no aeroporto tinham mascaras para se protegerem contra uma possível contaminação pelo vírus da gripe suína. Considerando que no Brasil esta é no momento uma possibilidade muito maior do que na Europa, as máscaras não deveriam estar sobre o rosto de quem chega?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

antes de viajar

Já comecei a arrumar as coisas. Depois de dois dias de calor, e um sorvete agora a noite, e um toró que nao caiu ontem. Deve chover amanha o dia inteiro. Família reunida para o almoço de domingo, Lawrence, o novo irish setter, cresceu bastante em duas semanas. No sábado aconteceu a festa do escritório, muito legal, música e churrasco, deu saudade. Sexta em Traunstein ao Wertstoffhof (levar roupa que nao usamos mais) e a noite no restaurante grego com Sigrid, como sempre muito simpática. Sexta e quinta nao fez calor, mas na quarta sim, em Munique, longa e produtiva conversa com orientador. Em Munique o incrível edifício de bastões de cerâmica de S & H. Kathrin encontrei no jantar, em salzburgo. Verona é uma cidade muito bonita, com a ópera na arena como espetáculo popular. Cantores sem microfone! Gardasse, Südtirol, jedem Mittwoch Volksfest, Radweg, Bergen, Sommer für 5 Tagen. Na terca em Traunstein com a galera do trem, Veronika, que havíamos encontrado por acaso na rua, organizou tudo. Calor umido e uns 18 graus se alternando. Valerie nao para de ganhar troféus jogando tênis. Brüno, um filme que ninguém precisa ir ver. Revendo muitos amigos. Trabalho. Leitura. O show de Morrissey, logo depois de ter chegado.