terça-feira, 28 de setembro de 2010

tv com ritmo

já estou com saudade do programa eleitoral gratuito: adoro o ritmo super veloz de edição ampliado na fala acelerada dos candidatos;
comparado aos programas normais da TV brasileira, o programa eleitoral gratuito parece um filme de Tarantino;
é claro, tudo isso porque nao importa mesmo o que é dito no programa eleitoral gratuito.
 

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

a maior bizarrice do programa eleitoral

não é tiririca, nem a mulher pera, nem os tantos outros populares-engracados-me-aproveito-da-presença de mídia-que-tenho: a pior coisa do horário gratuito na tv está sendo veiculada no Rio de Janeiro. Ali o candidato ao senado Lindberg aparece sentado ao lado do presidente e beija-lhe a mão num misto de submissão e adoração. Além de vergonha alheia, por tamanha pataquada, pois só falta o cara se ajoelhar (o gesto é como se Lula fosse o papa ou o bispo), fica o nojo mesmo, mais que repulsa, de o presidente ter concordado com aquilo, de ele aparecer sendo endeusado no comercial eleitoral. Asqueroso, doentio, perverso. Nunca imaginei que viesse a ver tal coisa em 2010.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sankai Juku no TCA, ontem

Foi muito bonito, e foi uma pena eu estar tao cansado. Breno e Leo estavam lá também, e nós mal nos cumprimentamos; Rose e Silvinha também estavam lá, e nós mal nos cumprimentamos..... que pena... mas ainda encontrei com Rose depois, mesmo que por uns intantes. Várias conversas pendentes.
Breno disse logo que era vida. Eu confesso que toda vez que a danca se distancia tanto da música (ou quando eu ao menos nao sou capaz de reconhecer de que maneira a danca se apóia em ritmo, harmonia e melodia para guardar uma sequencia de movimentos) eu passo a apreciar a capacidade de memória dos bailarinos. E que memória..... e que abdominais para suportar tanto tempo as pernas suspensas daquele jeito.....!!!!!
Um certo desenho diagramático da coreografia deu margem a várias interpretacoes; eu mesmo achei que o primeiro movimento era bem egípcio e que os bailarinso deitados no chao representavam algo vivo nao humano, como plantas aquaticas. Do cenário lindo quase acertei: aquilo que eu vi o tempo todo como Sao Paulo, o produtor esclareceu depois que era Toquio a noite. Fiquei com Sao Paulo mesmo.
Tudo muito bonito, com destaque para o figurino, especialmente aquela fenda no ombro dos vestidos escuros.
E a elipse! Nos primeiros momentos toda a plateia do TCA viu um círculo no chao em perspectiva, mas logo depois de alguns minutos estava claro que se tratava de uma elipse: o movimento dos bailarinos era quem a revelava, muito legal. E era uma elipse com uma diferenca grande entre os eixos e na diagonal do palco!
Muito bom, pena que eu estava tao cansado.......
PS o único senao para mim foi um certo estilo anos 80 da música....

sábado, 18 de setembro de 2010

incrível de ruim

Ontem à noite eu estava meio entediado diante da tv e vi uma cena da novela das oito da globo que foi a pior interpretacao de atores que já vi na minha vida. Nao sou fa de novelas mexicanas ou venezuelanas nem de filmes D baratíssimos, mas eu já assisti a muitos capítulos de Verbotene Liebe: ainda assim, a cena que vi ontem de uma mulher que forjava ter um caso com um homem para se afastar do homem amado e com isso salvar-lhe a vida bateu todos os recordes de algo mal feito, mal interpretado, mal escrito, que era quse uma ofensa alguém ter posto aquilo no ar.
Como se nao bastasse o próprio enredo - de opereta italiana barata - a mulher que tentava ser atriz duas vezes nao conseguia imprimir nenhuma credibilidade ao tal sotaque italiano / língua luso-itálica da globo, em um amadorismo tao grande, em meio a poses super estereotipadas - reforcadas pelas roupas e pelo cenário superfake - que eu tinha que me imaginar quantas vezes aquilo teve que ser repetido para chegar àquela sofrível sequencia. Como se isso nao bastasse, o seu amado, além de ser perseguido pela máfia, tinha um corte de cabelo tao esquisito (e talvez isso deva ser um disfarce na trama) que parecia mesmo ser uma terca-feira e o horário do casseta & planeta já tivesse comecado.
E no final de tudo este ator tinha que chorar numa sacada, meio enrolado nas cortinas, enquanto sua amada subia também chorando uma ladeira em outra direcao, mas esse choro dele era tao ruim, tao ruim, que parecia feito para nao deixar a atriz em uma situacao tao constrangedora.
Nao sei, nao, mas acho que nao funcionou. Tomara que eu esqueca logo isso tudo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

cansado

e provocado; tudo o que vejo é sem-vergonhice. Se houvesse a chance de um pacto confiável (e o cansaço torna-se torpor porque esta chance nao há), eu abriria mao do direito de votar em troca da suspensao dos gastos de governo e dos partidos com propaganda. Porque isso nao é publicidade, é propaganda mesmo. Porque é algo muito nojento ver todos os dias propaganda do governo no horário nobre da tv e presenciar a demora arrastada com a compra de vacina contra meningite. Porque a soma de dinheiro nao é pequena. E este dinheiro também é meu. Cansado.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

luz, bahia e aneel

Desabafei aqui há algumas semanas depois de ter ficado 11 horas sem o fornecimento de energia elétrica. Como a raiva fora tanta, telefonei em seguida para a Aneel para fazer duas reclamacoes: uma sobre a frequente interrupcao do fornecimento de energia elétrica no Rio Vermelho, Salvador, outra sobre a situacao de monopólio absurda à qual os cidadaos da Bahia estao submetidos.
No momento mesmo da reclamacao eu já sabia que nada adiantaria reclamar (sim, somos todos Sr. K.), mas o fiz no espírito de que se reclamas, alguém mais além de você pode ficar irritado com o fato; pensando em termos da física, há uma diluicao da irritacao entre as partes.
Desde aquele dia, já houve pelo menos quatro outras interrupcoes no fornecimento de energia elétrica no bairro. Ao chegar hoje de viagem esperava por mim uma carta da Aneel. Nela está reproduzido o método de cálculo de interrupcoes de servico toleradas pela lei em um determinado intervalo de tempo e a informacao de que eu tenho o direito de pedir este cálculo à coelba. Sobre a situacao de monopólio nem uma linha sequer.
Puro cinismo, é a única coisa que tenho a dizer desta carta. Quem viu o que a coelba fez com as contas dos usuários há alguns meses sabe que eu nao tenho motivo algum para confiar em qualquer dado que a coelba venha a me fornecer sobre as interrupcoes no Rio Vermelho. Mas isso nao é o problema. O problema é o monopólio, mantido pelo atual governo sem nenhuma contestacao.
A falta de luz no Rio Vermelho já seria motivo suficiente para nao votar nestes governos. Mas aqui de novo sei que de nada adianta, no Brasil como na Bahia somos (quase) todos Sr. K.

domingo, 5 de setembro de 2010

sao carlos, pequena parte 2

Em Sao Carlos também há um cristo redentor; além de proporcoes estranhas, ele está numa baixada, no meio de uma rotatória de automóveis, uma coisa deplorável e esquisita: o que estava na cabeca da pessoa que decidiu por aquilo lá?

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

impressoes de sao carlos

"hoje em dia você pode ser somente 60% marxista": esta frase de Edward Soja, na conferência de encerramento do Silacc2010 na USP-Sao Carlos foi talvez o posicionamento mais liberal, menos marxista-contra-o-capitalismo que escutei nos últimos dias; minto, entre os palestrantes, Roberto Fernandez fez uma exposicao muito boa sobre a arquitetura latino-americana das últimas décadas, mas como foi sobre arquitetura já estava quase fora do evento.
O campus da USP-Sao Carlos é de dar inveja, tao vivo e tao denso, com prédios e jardins bem cuidados, mas como lugar do seminário ele passou a adquirir um aspecto de mundo irreal desconectado do mundo lá fora. Mesmo que o lá fora - a cidade - seja tao bem equipado como Sao Carlos parece ser assim à primeira vista. A coisa mais bonita da cidade sao os vitrais da esquisita catedral; a arquitetura mais interessante que vi foi a da Rodoviária, concreto armado e grandes vaos na melhor tradicao daquilo que os paulistas fazem de melhor.
Fazia tempo que nao ouvia tantas vezes a palavra capitalismo (acho que nunca a tinha escutado tanto em tao pouco tempo). Os limites entre a funcao denúncia (longe da elaboracao de modelos explicativos com capacidade de generalizacao, como apresentou Soja) e a capacidade de articulacao de acao ficaram tao evidentes, que a ausência completa da segunda aniquilava qualquer potência virtual da primeira. Palavras-chave: encastelamento, ilhamento, olhos vendados. Longe da vida, acima de tudo.