quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

P.N.E. ou algo "was besonderes"

os brasileiros, se comparados a europeus, agimos com muita velocidade - e muitas vezes por causa disso sem muita crítica - quando o assunto é copiar a última moda vinda dos Estados Unidos. A pior destas modas é provavelmente a de usar termos politicamente corretos, como o tal do afro-descendente: em arquitetura, a abreviatura P.N.E., que originalmente significa pessoa com necessidades especiais, mas que em função do uso corrente nas plantas já passou a significar o próprio sanitário adaptado ao uso para pessoas que utilizam cadeiras de roda, já se tornou tão internalizada que é praticamente uma ofensa alguém usar a expressão deficiente físico ao se referir ao usuário de tais espaços.
Esta semana ouvi pela primeira vez na rádio alguém usar esta expressão em alemão (não que isso seja novo, foi somente a primeira vez que ouvi na rádio): Person mit besonderen Bedürfnissen, o que corresponde exatemente em português à expressão pessoa com necessidades especiais. Acontece que em alemão a expressão bastante comum "Er hält sich für was besonderes" significa, literalmente traduzida, "Ele se acha algo especial" e, no português corriqueiro, algo entre "ele está se achando" e "ele tira uma onda danada". Daí que ao ouvir em alemão a expressão para pessoas com necessidades especiais, era impossível não associar com alguém que quer um sanitário cheio de frescuras ou com coisas muito especiais: papéis higiênicos com determinados perfumes ou estampas, luzes especiais ao redor do espelho ou vasos sanitários assinados por designers famosos.
Pensando mais adiante, lembrei do quanto é difícil ou constrangedor para a maioria das pessoas usar um sanitário público, começando pelas óbvias questoes higiênicas, passando pela falta de privacidade quanto a sons e odores e até mesmo no uso da escova de dentes ou no ato de assoar o nariz. Conheço gente que sequer usa um sanitário público. Deste ponto de vista, ao usar um sanitário público, quase todos se tornam portadores de necessidades especiais, que se tornam especiais somente pelo fato de este ser um espaço de uso coletivo. É mesmo uma idiotice sem tamanho esta idéia do politicamente correto!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

PRE-ocupa

Há um ano e nove dias atrás escrevi os seguintes parágrafos aqui no blog (o título da postagem é pausa sobre salvador):
"Estou seguro que tudo isso [a situação de cidade sitiada] não vai mudar até o dia das eleiçoes para prefeito, ao contrário, só deve piorar. A história ensina: assim o fez ACM com Lídice, quando ela era prefeita. Quem vive em Salvador hoje percebe há muito tempo o que está acontecendo de novo.
Por isso cada crítica hoje tem o potencial de ajudar quem estrangula a cidade. Quem foi aliado durante anos do atual prefeito e antes não via problema algum em sua gestão. Até achou lindo o tapamento do rio da Centenário."
Pois uma semana depois de ter visto com algum otimismo a reação à tentativa através da justiça (!) de ser impedida uma manifestação em Salvador, já vejo com muito pessimismo o caminho que tudo isso tomou: agora falam de desocupa prefeitura, como se isso apenas fosse resolver o problema da cidade. A demonização do prefeito não serve para nada, a não ser para favorecer quem está em condições no momento de substituí-lo. Por isso, vou manter minha promessa de um ano atrás: Salvador só volta a ser tema de algum comentário crítico depois das eleições para prefeito. PRE-OCUPA.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

feriados e infância

guardo - e imagino que boa parte dos brasileiros que estiveram em um jardim de infância também guarda - uma estranha associação por conta do calendário nacional dos feriados: de alguma maneira ainda acho que o coelho da páscoa tem alguma coisa a ver com os índios.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

viva? morta-viva esta bahia que está ainda lá...

Nos últimos dois dias o tal texto atribuído a caetano veloso, cuja conclusão afirma a bahia estar ainda viva lá, citando a canção de Caymmi, tornou-se quase um viral no facebook. mesmo depois da reportagem de o correio da bahia de hoje, que mostra o estado da praia da barra depois de uma chuva mais forte, o tal do texto continua a ser repostado/compartilhado.
quando o li, só pensei que a única forma de a bahia ainda estar viva lá, era do jeito que morrissey descreve o estado último em well I wonder:
"gasping, dying, but somehow still alive (...) please keep me in mind!"
deste jeito até eu aceito que a bahia esteja viva ainda lá.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

no dia do aniversário

hoje pela primeira vez em minha vida comprei uma maçã por causa do nome: lady pink! falei logo cedo com minha mãe ao telefone. almocei no kyang, com andrea. ganhei um presente que já queria ter ganho há mais de um ano! choveu em viena e em salvador. no final da tarde tomei café com o nussstrudel feito pela minha sogra, que faz o melhor nussstrudel do mundo. recebi dezenas de felicitações carinhosas pelo aniversário. publiquei um texto no site do chronos. jantei uma comida maravilhosa, presente de Jamaree. fui tomar uma cerveja no savoy. e não passei o dia sozinho.