terça-feira, 8 de maio de 2012

Muito pior que a extrema-direita grega!

Aconteceu ontem, mais uma vez: às vezes a Rede Globo transmite em cadeia nacional evidências que demonstram como o jornalismo (?!?) produzido pela TV Bahia está integrado à sua programação nacional. Como quase sempre, estas evidências são geradas por aquela senhora que há décadas trabalha em solo italiano e de vez em quando é capaz de chorar emocionada com o papa e a igreja católica....
Pois bem, ontem, no Jornal Nacional, a decana do escritório global em Roma relatou os resultados das eleições na Grécia e as primeiras reações e sinais políticos. Sobre a coletiva de imprensa do chefe do partido da extrema direita grega, a repórter ressaltou a exigência de a imprensa o receber de pé e - aqui é que o padrão TV Bahia surge com toda a força - uma semelhança indiscutível entre o símbolo do referido partido e a suástica nazista.
Acontece que o símbolo do tal partido grego de extrema direita - um luxo, até então reservado aos ricos - é a unidade básica do friso grego, encontrado em qualquer edifício da grécia antiga e em milhões e milhões de fachadas e interiores de edifícios por todo o mundo, em milhares de quilômetros de bordas de tecidos de decoração, em milhares de cenas de filmes de gladiadores de sandália amarrada no tornozelo.
Eu poderia dizer que não sei onde esta senhora estava com a cabeça ao pronunciar tamanho absurdo. Mas eu acho que a questão é mais elementar.

terça-feira, 1 de maio de 2012

a grande exceção: o trio nordestino entrevistado no Bahia Meio Dia

Hoje à hora do almoço assisti a uma entrevista que vai entrar para a história como a grande exceção de tudo o que já foi feito em termos de entrevistas com cantores, músicos ou atores no Bahia Meio Dia (noticiário no horário do almoço na emissora local da Globo). Na entrevista, o Trio Nordestino conseguiu transmitir alguma informação de valor e, pasmem!, com algum conteúdo crítico! Nisso consiste a qualidade de exceção, é claro.
Os músicos deixaram claro ao público televisivo que eles se apresentam com uma banda de baixo, bateria e guitarra somente no Nordeste, porque o público do Nordeste, por motivos estéticos (!), exige que o forró seja tocado deste jeito. O som "precisa" ficar mais "cheio" e, além disso, com a "ajuda" de casais de bailarinos que dançam ao lado da banda, é possível preencher a área do palco. Foi muito bom ouvir os músicos afirmarem que para fazer a música deles, eles não precisam de nada disso.
Falta de cultura é isso: para escutar o Trio Nordestino tocar a música nordestina de acordo com a sua tradição - e em função de sua origem rural esta é uma música da qual se espera isto que está contido na noção de tradicional - é preciso escutá-lo fora do Nordeste. Não é preciso dizer mais nada.