quinta-feira, 10 de abril de 2014

beijinho no ombro

Foram inúmeras declarações de apoio e solidariedade, incentivo de multiplicação, foram várias leituras antropológicas, sociológicas, urbanísticas, arquitetônicas e, acima de tudo, políticas. No momento em que o auge da repercussão tomou conta do noticiário nacional e as redes sociais não falavam de outra coisa, parecia que a revolução social no Brasil viria da vontade de os adolescentes de periferia tentarem se divertir nos shoppings de periferia. Movimentos sociais e partidos políticos pareciam que finalmente iriam unir a nação aproveitando-se do funk ostentação contra o capital do mal dos shopping centers.
Agora o rapaz apontado como líder do que foi denominado movimento social foi assassinado. A repercussão nas redes sociais de sua morte é tão insignificante que pode ser considerada próximo a nula. Onde estão todos os estudiosos e animadores sociais do livro de rostos? Às vezes acho que não tem jeito para a falta de valor pela vida no Brasil, de todos os lados há quase só interesse em "capitalizar para si", em especial mesmo aqueles que tanto falam contra o capital. Todo mundo querendo surfar na onda dos outros, sem se importar se os outros vão se afogar segundos depois.
A massa indignada do livro de rostos pelo visto mandou um beijinho no ombro para o rapaz morto. Pouco se importam.